Quando dizem que eu caí…

É algo habitual, eles julgam-no sempre pela forma como caiu, todos dizem ter visto os sinais que nunca vê ou talvez, para lhes dar algum crédito, não quer ver, mas é assim que é, todos vêem os sinais antes de si, por isso, o que é uma surpresa para si, para eles é simplesmente…eu já o sabia.


Mas há mais alguma coisa?


Alguma vez se perguntou se…já o viu chegar, e no entanto…?


Porque não se trata de uma segunda oportunidade, nem da típica cegueira de um órgão que age mais por instinto do que por certeza ou sabedoria acumulada.


É simplesmente que… tem de se experimentar.


Sei que, mais cedo ou mais tarde, ou talvez, dados os ataques biológicos que se aproximam sobre a minha cabeça, mais cedo ou mais tarde, terei de dar explicações, e ter a certeza de que nelas haverá poucas… se eu tivesse ousado, e em vez disso, asseguro-vos que haverá muitas mais… tive de continuar a tentar.


Nunca hesitar entre tentar ou assumir um resultado incerto e não ousar, porque dada a brevidade da nossa passagem neste mundo, permanecer com o desejo é uma carta segura para o remorso e o desejo, aquilo que dói.


E não é que eu não tenha já muitas cicatrizes, apenas aqueles que se arriscam, se cortam, quebram um osso, choram num canto porque não vêem como somos incríveis, andam sozinhos numa praia cheia do silêncio das ondas e da areia a estalar debaixo dos nossos pés.


Mas ao olhar para trás, lembro-me das carícias, as que recebi quando sorri para si, as cervejas que surgiam entre o riso dos amigos, que nunca souberam o quanto mais eu gostaria que fossem, e mesmo assim, fiquei mais do que feliz porque ainda estava com eles.


Há silêncios que levarei comigo para o além, frases que mesmo que já as conhecesse, nunca as pronunciei, porque, no final do dia, ambos decidimos que seria assim…


Eu caí, e não poucas vezes acrescentaria, de muito alto até, fazendo mais do que magoar-me dentro de mim.


Caí de tão alto…que de lá de baixo, num buraco tão profundo que quase aterrei com os meus ossos do outro lado do planeta, uma vez vi o sol a contornar toda a terra.


Canções que sussurrei para vós…


Suspiro que vos dediquei cada vez que vos vi…


Lembra-te, se te dizem que eu caí, é apenas porque tentei.


E eu sei que o sabes, como podes não o saber, se és tu quem me conhece melhor…


Vou continuar a cair porque vou continuar a tentar.

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